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"O Tabagismo no Brasil: Um Novo Desafio com Cigarros Eletrônicos e Narguilé"

O cenário do tabagismo está em constante evolução, e o Brasil não é exceção. Enquanto as políticas públicas de longo prazo contribuíram para a redução do consumo de cigarros tradicionais, novas formas de tabagismo surgiram, como o uso de cigarros eletrônicos e narguilé. Recentemente, o relatório Covitel trouxe à tona dados inéditos sobre o consumo desses dispositivos no país, revelando tendências preocupantes.
Os Números Alarmantes:
O relatório Covitel revelou que, no Brasil, 10,1% dos homens e 4,8% das mulheres já experimentaram cigarros eletrônicos. Além disso, a região Centro-Oeste lidera o ranking, com uma taxa de 11,2% da população utilizando esses dispositivos. O narguilé também está ganhando popularidade, com 9,8% dos brasileiros relatando terem consumido, sendo que a faixa dos 18 aos 24 anos é a que mais utiliza, com 17% da população nessa faixa etária aderindo a essa prática.
Tabagismo em Tempos de Pandemia:
Um dado alarmante é que, durante a pandemia, um terço dos brasileiros aumentou o consumo diário de cigarros. Mais de 30% dos homens e 38% das mulheres passaram a fumar pelo menos 10 cigarros a mais por dia. No entanto, metade da população manteve o mesmo nível de consumo.
Estabilidade do Tabagismo, Exceto no Norte:
Embora tenham ocorrido mudanças no comportamento tabagista durante a pandemia, o estudo da Covitel revelou que o número de tabagistas no Brasil permaneceu estável, passando de 14,2% para 12,2%. Uma exceção notável foi a região Norte, que apresentou uma queda significativa no número de usuários, passando de 12,1% antes da pandemia para 8% no primeiro trimestre deste ano.
A Preocupação com os Jovens:
Os resultados do relatório levantam uma séria preocupação, especialmente em relação aos jovens. A nicotina presente na maioria desses dispositivos pode levar a uma dependência cada vez maior, e os números indicam que os adultos jovens na faixa etária de 18 a 24 anos são os que mais estão experimentando cigarros eletrônicos e narguilé. Esse grupo está em risco de se tornar dependente de nicotina, o que é alarmante.
A Complexidade dos Dados:
Além disso, a pesquisa revelou que a prevalência do uso desses dispositivos varia por região e por faixa etária. A região Centro-Oeste lidera, enquanto a região Sul também apresenta números significativos. A análise por gênero também revela diferenças, com mais homens relatando o uso desses dispositivos.
Conclusão:
O tabagismo no Brasil está passando por uma transformação, com a ascensão do uso de cigarros eletrônicos e narguilé. Enquanto políticas de controle do tabaco têm sido eficazes em reduzir o consumo de cigarros tradicionais, é essencial abordar essas novas formas de tabagismo. Os números alarmantes, especialmente entre os jovens, exigem ações imediatas por parte das autoridades de saúde e governamentais.
A prevenção da iniciação do tabagismo e o monitoramento de longo prazo dos impactos desses produtos à saúde são fundamentais. Campanhas de conscientização e medidas regulatórias são necessárias para proteger a saúde da população, especialmente dos mais jovens. O Brasil precisa adaptar sua abordagem ao tabagismo para enfrentar esses novos desafios e garantir um futuro mais saudável para todos.
Fonte: Covitel
https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/hjqry5fnHmj8hLD68MR3myL/?format=pdf&lang=pt
Acesso em : 25 Ago 2023